Dados Impressionantes Sobre o Filme “A Paixão de Cristo”, de Mel Gibson.
O diretor Mel Gibson queria que o filme fosse o mais fiel possível aos Evangelhos, e por isso o filme é inteiramente falado em Latim, Aramaico e Hebraico, as línguas faladas na época de Cristo. A estória do filme narra as últimas 12 horas da vida de Jesus.
O envolvimento dos líderes judeus persuadindo Pilatos a crucificar Jesus a qualquer preço, fez surgir um grande temor de que o filme poderia provocar reações anti-semitas. Em meio a opiniões divididas, muito debate e polêmica, o próprio Vaticano interveio dizendo que não encontrou motivos para classificar a obra como anti-semita. No entanto, a polêmica continuou.
Mel Gibson passou por um verdadeiro “Calvário” durante o ano de 2003. Devido à polêmica causada em torno do filme, as grandes distribuidoras e estúdios fecharam as portas para o diretor. Poucas vezes um filme provocou tantas divergências antes mesmo de estrear e pareceu mais destinado ao fracasso, também por ser um épico falado em línguas mortas (latim e aramaico).
Gibson ainda afirmou que decidiu realizar esse filme, quando, durante uma crise existencial e um quase suicídio, encontrou Jesus. Porém, como nenhum estúdio quisesse financiá-lo, ele o pagou, produziu e dirigiu, sozinho. Na hora de distribuir, aconteceu a mesma coisa: portas fechadas! Até que uma pequena distribuidora, a Newmarket Films, resolveu arriscar-se e distribuir seu filme.
Todavia, a produção acabou sendo um sucesso de bilheteria. Milhares de pessoas se aglomeravam nas portas do cinema para assistirem a estréia nos EUA. O filme arrecadou 125 milhões de dólares em cinco dias, quebrando o recorde que pertencia ao “Senhor dos Anéis – o Retorno do Rei.”
A Paixão de Cristo é uma produção cinematográfica repleta de curiosidades. Por exemplo, as iniciais do nome de Jim Caviezel, o ator que fez o papel de Jesus, são JC, as mesmas de Jesus Cristo. E Caviezel tinha 33 anos quando começou a rodar o filme, a mesma idade de Jesus quando morreu. Por outro lado, o nome da atriz que fez o papel de Maria era Maia Morgentsern. A diferença de Maia para Maria é a letra R e ademais, Morgenstern, seu sobrenome alemão, quer dizer “Estrela da Manhã”, que é um dos títulos de Nossa Senhora.
Caviezel sofreu muito durante as filmagens. As sessões de maquiagem, nos períodos piores, iam das 2h até às 10h da manhã. O ator precisava ficar curvado para que os maquiadores lhe aplicassem a pele. Era difícil de engolir comida, sentia frio o tempo todo, deslocou o ombro na cena da crucificação, lutou contra a hipotermia várias vezes, sofreu uma pneumonia, teve um corte de 35 centímetros nas costas causados por dois açoites que o acertaram de verdade, dores de cabeça por causa do modo de sustentação da coroa de espinhos e por ter que enxergar apenas com um olho, dentre outras dificuldades.
O ator entendeu que precisaria rezar muito para conseguir terminar o filme. Mel Gibson arrumou uma missa em latim para ele, que comungava todos os dias. Somente um dia não recebeu a Eucaristia e foi justo quando um raio caiu em sua cabeça. Jim Caviezel e Jon Mikalini, um dos assistentes, foram atingidos por relâmpagos e nada sofreram.
Mel Gibson tem contado, em entrevistas, que outras coisas incomuns aconteceram durante as filmagens, tais como pessoas curadas de doenças e conversões. Um dos algozes de Jesus no filme, por exemplo, era muçulmano e virou católico .
Para retratar as últimas horas da vida de Jesus com máxima fidelidade ao que aconteceu, Gibson contou com a assessoria de um sacerdote especialista em Sagrada Escritura. Ele se baseou, ainda, nos estudos feitos sobre o Santo Sudário de Turim, a mortalha de Jesus na qual sua imagem ficou milagrosamente impressa. O Sudário foi estudado por 20 anos, pelo Dr. Pierre Barbet, um cirurgião francês que confirma toda a violência que o filme mostra sobre a Paixão do Senhor.
A própria Bíblia nos narra um pouco dessas agruras que Jesus sofreu por nós. Em Is 52, 14; 53, 2-4, lemos: “Tão desfigurado ele estava que não parecia ser um homem ou ter aspecto humano […]. Não tinha beleza nem atrativo para o olharmos, não tinha aparência que nos agradasse. Era desprezado como o último dos mortais, homem coberto de dores, cheio de sofrimentos; passando por ele, tapávamos o rosto; tão desprezível era…A verdade é que ele tomava sobre si nossas enfermidades e sofria, ele mesmo, nossas dores; e nós pensávamos fosse um chagado, golpeado por Deus e humilhado! Esses versículos, somados aos relatos históricos dos Evangelhos (que narram a prisão, flagelação, coroação de espinhos e crucificação de Nosso Senhor ), são mais do que suficientes para nos colocar diante dos olhos um verdadeiro quadro de “horrores”.
Duas freiras católicas, Anna Catarina Emmerich e Maria de Jesus de Ágreda receberam revelações particulares sobre a a Paixão de Jesus. Embora não se possa aceitar os escritos das freiras como de fé católica, o Catecismo da Igreja Católica esclarece que “o sentir dos fiéis sabe discernir e guardar o que nestas revelações constitui um apelo autêntico de Cristo ou dos seus santos à Igreja” (§ 67).
Na obra “La mística Ciudad de Dios”, Maria de Jesus de Ágreda narra:
“Por ordem, de dois a dois, o açoitaram com tão inaudita ferocidade que, humanamente, não se poderia cogitar, se Lúcifer não tivesse dominado o ímpio coração daqueles seus agentes. Os dois primeiros açoitaram o inocentíssimo Senhor com cordas muito retorcidas, duras e grossas, empregando neste sacrilégio toda a raiva de sua indignação, e a força de seus músculos. Estes primeiros açoites cobriram todo o corpo deificado de nosso Salvador de grandes manchas roxas e vergões. Ficou entumecido, desfigurado, com o Preciosíssimo Sangue à flor da pele.
Cansados estes algozes, entraram em cena os dois seguintes. Com correias duríssimas continuaram a flagelação que abriu as esquimoses e vergões feitos pelos primeiros. O sangue divino rebentou, molhou todo o sagrado corpo de Jesus, salpicou as vestes dos sacrílegos esbirros e escorreu até o solo.
Retiraram-se estes verdugos para dar lugar aos terceiros que se serviram de novos flagelos de nervos de animais, quase tão duros como o vime seco. Açoitaram o Senhor com maior crueldade, pois feriam as próprias feridas que os primeiros tinham feito porque eram ocultamente instigados pelos demônios ,enfurecidos com a paciência de Cristo. Estando rasgadas as veias do sagrado corpo, e todo ele parecendo uma só chaga, não encontraram os terceiros verdugos nenhuma parte sã para abrir outras.
Persistindo nos desumanos golpes, rasgaram a imaculada e virginal carne de Cristo nosso Redentor, dela caindo no solo pedaços. Em pontos das costas os ossos ficaram a descoberto, manchados pelo sangue, alguns na extensão de um palmo. Para apagar totalmente aquela beleza que excedia a de todos os filhos dos homens (cf. Sl 44, 3), açoitaram-lhe o divino rosto, os pés e as mãos, sem deixar lugar por ferir, até onde puderam desafogar o furor e o ódio que haviam concebido contra o inocentíssimo Cordeiro. O divino sangue correu pelo solo, acumulando-se em poças. Os golpes que lhe deram nos pés, nas mãos e na divina face, foram extremamente dolorosos, por serem estas partes mais nervosas, sensíveis e delicadas. A venerável face ficou entumecida e chagada até cegar os olhos pelo sangue e pelo inchaço”. Além de tudo isto, cobriram-na de cusparadas imundíssimas que lhe lançaram juntamente com os golpes, fartando-o de opróbrios”. Para tornar reais estas imagens, novas técnicas de maquiagem tiveram que ser inventadas.
Essas minúcias coincidem com as revelações de mesma natureza recebidas pela Beata Anna Catarina Emmerich. Contudo, Mel Gibson não pôde ir além do que fez, nas cenas da flagelação, para poder deixar Jesus com aspecto minimamente humano e não causar tanta repugnância. Ainda assim, a grande maioria das pessoas que vê o filme não consegue ver toda a flagelação.
E, se é assim, se Cristo morreu de forma tão terrível — como Mel Gibson dramatizou —, então os nossos pecados têm uma dimensão que ainda não somos capazes de precisar adequadamente. Se foi por causa de nossas blasfêmias, de nossas impurezas e de nossa preguiça que morreu Jesus… em que grande erro incorrem aqueles que tratam o pecado como uma trivialidade! Se o preço de nossa libertação é o Sangue caríssimo de um Deus — de dignidade infinita —, com que cuidado deveríamos evitar o pecado e com que lágrimas de arrependimento não deveríamos chorar os que já cometemos! Se as carnes de Cristo foram arrancadas para nos salvar, a ponto de deixar expostos os seus ossos…!, com que cuidado não devemos zelar por conservar nossas almas em estado de graça! A quem nos amou tanto assim, como não amar de volta?
Seja este, portanto, o nosso principal objetivo nesta vida: corresponder ao amor apaixonado de Deus, que chega a fazer-se homem e derramar o próprio Sangue para ver-nos consigo, um dia, no Céu. Se até aqui temos sido inconstantes na vida da graça, mornos em nossa conduta, relapsos em nossos exames de consciência, é hora de reagirmos! Ouçamos enfim a voz do Sangue mais eloquente que o de Abel (cf. Hb 12, 24), e clamemos por misericórdia.
(Compilação de diferentes sites da Internet )
Pe. Fernando Rebouças